Reunião Familiar ChinesaA cultura chinesa sempre deu forte ênfase sobre a família, incluindo a unidade familiar como princípio regulador da organização social. Em uma sociedade confuciana há sempre uma grande demonstração de devoção por parte dos filhos em relação aos pais (em especial ao pai), o que resultou de anos de obediência incondicional, estendendo-se aos ancestrais e dando origem ao culto dos antepassados.

Este foco na família resultou numa motivação extra para a conduta e o comportamento mais adequado, pois tanto o sucesso e o fracasso (vergonha) individual pertencem a toda a família. Devido a esta idéia confuciana de identidade grupal e compartilhamento da imagem, as famílias chinesas – em comparação com as ocidentais – são estereotipicamente dominadoras (ou como se diz “todos se mente nos negócios dos outros”).

Não estamos nos referindo de mães e pais que sentem que precisam estar envolvidos em todos os aspectos da vida de seus filhos (geralmente até eles se casarem e terem filhos). Avós e outros parentes mais velhos, quaisquer que sejam, não são nem um pouco tímidos quando se trata de colocar seus dois centavos sobre algum assunto particular. Não existem sutilezas e tudo faz parte do jogo, pois eles adoram criticar tudo desde a questão menos relevante até os assuntos mais estelares, tal como a sua aparência até a falta de status de casados. Suas críticas e perguntas intrometidas são entendidas supostamente como demonstração de preocupação, o que do ponto de vista ocidental se mostra terrivelmente inaceitável.

Outro efeito colateral desta atitude da “família em primeiro lugar” é que os chineses tendem a interpretar a sociedade em termos de os “de casa” e os “de fora”. Isto está relacionado com o guanxi (conexões ou relacionamentos), uma concepção em que os chineses se relacionam com o mundo em termos de sua rede de relações (pessoais, familiares e profissionais)… e os outros.