Confúcio nem sempre desfrutou do status de celebridade ao longo da história chinesa. Ele estava muito a frente de seu tempo e em seu funeral foi velado por apenas um pequeno grupo de seus seguidores.

Ele foi até ridicularizado por seus contemporâneos e futuros taoístas que assumiram uma visão mais igualitária e menos artificialmente imposta nas relações sociais.

Em 100 A.C., a dinastia Han declarou o confucionismo como filosofia oficial da China. Por outro lado, durante a dinastia Tang cancelou o status oficial. Mas ao longo dos últimos dois milênios o confucionismo tem se mantido como ortodoxia dominante na sociedade chinesa.

Por volta de 1900 com o fim do sistema imperial o confucionismo mais uma vez caiu em desuso. Como as potências ocidentais imperialistas (incluindo ainda o Japão que abdicou do confucionismo para se ocidentalizar) estavam principalmente ocupadas em formas diversas de explorar a China, os principais intelectuais do período culparam os valores confucionistas como a principal causa para a incapacidade chinesa em se defender. Argumentavam que o atraso chinês em relação ao mundo moderno estava no foco que o confucionismo atribuía ao espelho retrovisor, ou seja, pois pregava a obediência cega à autoridade e tradição.

Da mesma forma Mao Zedong difamou o confucionismo como um símbolo da antiga China que impedia o desenvolvimento do país. Ele até lançou um campanha de massas que apresentava Confúcio como um homem cujas idéias totalitárias e anti-igualitárias tinham gerado um grande mal para muitas gerações de homens e principalmente às mulheres. O movimento de Abril de 1973, conhecido como a “Campanha contra Lin Biao e Confúcio”, afirmou que seus ensinamentos foram responsáveis por manter a China em um estado feudal por milênios.

 

Confucionismo na China Moderna

Hoje o confucionismo está em alta novamente. Sua ênfase na convivência social é uma ótima opção para a moderna liderança do Partido Comunista e seu desejo de estabilidade e harmonia social.

Há também uma espécie de retomada do interesse pelos seus ensinamentos na sociedade chinesa – talvez como uma forma de resposta às críticas ocidentais sobre o sistema político chinês e também como uma grande fonte de orgulho na antiga cultural chinesa e o brilho de seus filósofos.

Em 2006, Hu Jintao fez um grande apelo aos funcionários do governo para um retorno aos princípios éticos e a moral confuciana, como instrumento de combate à corrupção e a crescente desigualdade no país. Ele também aprovou o financiamento para mais de 100 institutos confucionistas para estabelecerem ao redor do mundo para oferecer aulas e recursos sobre a língua e a cultura chinesa.

Em Janeiro de 2010 a indústria chinesa cinematográfica lançou um filme sobre Confúcio, estrelado pelo ator Chow Yu-Fat. Promovendo nas entrelinhas o respeito pela hierarquia o filme foi bombardeado. Alguns atribuíram a causa do fracasso de público por ter sido lançado juntamente com o Avatar – 3D que acabou quebrando recordes de bilheteria em toda China. Alguns manifestantes mais radicais afirmaram que Confúcio tratava-se de um grande bajulador.

Em todo o caso, estes fatos ilustram como o peso da cultura chinesa tradicional apesar de fortemente predominante está sujeita a “contaminações” pela cultura ocidental moderna (e muito).